A nova Biblioteca Municipal de Torres Novas, será inaugurada em Outubro de 2007, anunciou no sábado o presidente da Câmara, António Rodrigues. A cerimónia, que já teve duas datas previstas, para Setembro de 2006 e posteriormente Março de 2007, foi desta vez dada como certa.

Segundo o autarca, a obra está em fase de conclusão, mas não terá inauguração oficial sem que esteja construída outra ponte sobre o rio na mesma zona, bem como os arranjos exteriores e a envolvência do castelo. Acrescentou ainda que, com a entrada em funcionamento da nova biblioteca, ficarão disponíveis as actuais instalações contíguas ao museu municipal. O espaço será utilizado para outras iniciativas e formação em diversas áreas artísticas. Trata-se de diversas salas que, com a saída da biblioteca para as novas instalações, deverão continuar ligadas às actividades culturais do museu municipal.

A nova biblioteca, integrante da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, tipo BM2, situada entre o castelo e as piscinas, na margem direita do rio Almonda, será constituída por três pisos, onde se incluirão a sala de leitura geral, a sala infanto-juvenil, sala de conto, mediateca, espaços de convívio e de apoio ao leitor, gabinetes do pessoal e ainda o arquivo municipal e um auditório, com capacidade para cem pessoas.

Uma infra-estrutura que pretende responder às necessidades dos novos tempos, introduzindo novos conteúdos e funcionalidades que a actual Biblioteca Municipal Gustavo de Bivar Pinto Lopes não detém. A falta de um arquivo municipal ficará assim resolvida, bem como a necessidade de um auditório capaz de abarcar eventos culturais dirigidos a pequenos públicos.

O investimento da obra, sem qualquer equipamento de recheio, ronda os 2 milhões e 500 mil euros, sendo uma parte comparticipada pelo IPLB. Após uma série de candidaturas infrutíferas, Torres Novas viu ser aprovada a nova biblioteca pública, no âmbito do programa do Ministério da Cultura que visa dotar todas as sedes de concelho do país de modernas bibliotecas. Ano após ano, foi com alguma expectativa que a autarquia torrejana esperou o anúncio das candidaturas aprovadas, numa altura em que todas as cidades do distrito já beneficiavam deste importante programa governamental.

O projecto, que está implantado no local onde estiveram as ruínas de uma antiga fábrica de álcool, junto às piscinas e ao Jardim das Rosas, é da autoria do arquitecto César Ruivo e pretendeu contribuir para a valorização das margens do Almonda, num troço que se encontrava em situação lastimosa.

A nova biblioteca de Torres Novas é, sem dúvida, um marco histórico para a cidade e o concelho, na medida em que se trata de um equipamento estruturante e estratégico nos domínios da cultura e da educação. Até hoje, a Biblioteca Municipal de Torres Novas, apesar de possuir fundos documentais de importância sub-regional, tem funcionado sempre em instalações precárias e desadequadas, deixadas pela primitiva escola industrial, no Largo do Salvador.

O projecto foi concebido segundo a nova filosofia destes equipamentos públicos e obedece a algumas normas e critérios estabelecidos pelo próprio Instituto Português do Livro e das Bibliotecas e (IPLB). As actuais directrizes apontam para espaços interactivos, onde o público tem acesso livre aos livros e outros materiais. Por outro lado, a par dos livros, as bibliotecas vão conter milhares de exemplares de videogramas e CD que o público pode consultar ou alugar, segundo o processo até agora só utilizado com os livros.

Por outro lado, todas as bibliotecas subsidiadas ao abrigo do programa da RNBP do IPLB estão ligadas entre si através de sistemas informáticos que possibilitam que os utentes possam consultar informações sobre os acervos existentes noutros pontos do país.

Acresce que, para além deste espólio, os novos edifícios têm de contemplar outras valências, como o tratamento e selecção de documentos, áreas reservadas à investigação, zonas de divulgação e aprendizagem de novas tecnologias, informação estatística e geográfica local e comunitária, divulgação literária e artística, uma secção infanto-juvenil, uma galeria de exposições, um centro coordenador de toda a actividade a desenvolver no concelho, na área das bibliotecas, e um auditório municipal.

Todos estes espaços estão contemplados numa área de 2.800 metros quadrados, a superfície útil da nova biblioteca municipal, com uma área de ocupação de solo de 1.600 metros quadrados.

Fonte: Jornal Regional 21-12-006

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